Galeria OBJECTISMO, inauguração a 2 de Outubro, pelas 18h.
Até 28 de Novembro 2015.
Terça a Sábado das 11h00 às 19h00.
Rua D. Pedro V, 55, Lisboa.
A exposição QUERUBIM LAPA | Primeira Obra cerâmica, 1954-1974, produzida pela galeria Objectismo, com curadoria de Rita Gomes Ferrão, propõe uma análise centrada nos primeiros anos de produção de um artista cuja obra constitui a referência maior da cerâmica de autor, do século XX em Portugal.
Querubim Lapa - Canjirão antropomórfico, faiança rodada, relevada e policromada, 1956. © CMP |
Querubim Lapa - Vaso antropomórfico, faiança rodada, relevada e policromada, 1956. © CMP |
Especialmente focada nas experiências iniciais produzidas na Fábrica da Viúva Lamego, esta mostra reúne um núcleo de objectos em que o autor se aventura na reinvenção da cerâmica utilitária e decorativa do passado, dos Toby Jugs a Rafael Bordallo Pinheiro, passando pela olaria popular portuguesa. Colocando esta produção em diálogo com intervenções em arquitectura, placas decorativas e outros objectos de datação posterior, a exposição procura clarificar a genealogia da obra cerâmica de Querubim Lapa (n.1925), sublinhando a sua diversidade.
Fachada da loja Rampa, aro da porta da autoria de Querubim Lapa, 1956. Projecto de Francisco da Conceição Silva, 1955. Fotografia Estúdio Novais, arquivo do Atelier Conceição Silva. |
Evocando a loja Rampa, projectada em 1956, por Francisco da Conceição Silva (1922-1982), lugar de excepção dedicado à comercialização de objectos utilitários e de autor, com qualidades e acabamentos de produção manual, a galeria Objectismo mostra um corpo de trabalho especialmente realizado por Querubim Lapa para aquele espaço em cuja arquitectura também colaborou, concebendo a moldura da porta revestida com placas cerâmicas, a sua primeira intervenção estrutural em arquitectura. Esta moldura, desaparecida desde 1980, ano de encerramento da Rampa, será pela primeira vez mostrada ao público, após trabalhos de restauro, sendo assim recuperado um elemento fundamental da história das artes decorativas e do design, em Portugal.
Querubim Lapa - moldura da porta da loja Rampa, 1956. Projecto de Francisco da Conceição Silva, 1955. Fotografia de José Manuel Fernandes (arquitecto). |
Querubim Lapa, conclui o curso da Escola António Arroio em 1946, licenciando-se em Escultura e posteriormente em Pintura, pela Escola de Belas-Artes de Lisboa. A sua carreira artística desenvolve-se multidisciplinarmente, explorando inúmeras tecnologias: a escultura, a gravura, os esmaltes, a tapeçaria, o desenho e em especial a pintura. Dedica-se à cerâmica a partir de 1954, ano em que se estabelece na Fábrica da Viúva Lamego, com atelier próprio. A sua obra afirma-se como um dos mais sólidos valores no contexto das artes decorativas em Portugal, especialmente pela integrada articulação com a arquitectura. A singularidade da obra de Querubim Lapa assenta no modo como se complementam os domínios disciplinares da sua formação, escultura e pintura concorrem basilarmente para a qualidade plástica da modelação e o domínio das cores e dos esmaltes.
Querubim Lapa - Base de candeeiro zoomórfica, faiança rodada, relevada e policromada, 1959. © CMP |
Querubim Lapa - Púcara, pasta vermelha rodada por Rogério Cardoso, pintada com engobes, c.1965-69. © CMP |
Na celebração dos seus 90 anos de idade, a Objectismo presta homenagem a Querubim Lapa, contribuindo para melhor dar a conhecer a génese de uma obra fundamental, através da publicação do livro com o mesmo nome, QUERUBIM LAPA | Primeira Obra cerâmica, 1954-1974, da autoria de Rita Gomes Ferrão, investigadora em História da Arte Contemporânea e responsável por esta página de divulgação (Cerâmica Modernista em Portugal*). Este será o segundo volume da série dedicada à cerâmica portuguesa do século XX, confirmando a aposta da galeria no estudo e divulgação desta disciplina artística.
Querubim Lapa: Primeira Obra cerâmica 1954-1974, Rita Gomes Ferrão, Lisboa, Objectismo, 2015. ISBN 978-989-20-5897-9 |
Querubim Lapa, Fábrica da Viúva Lamego, c.1956-60. © CMP |
Querubim Lapa - Placa de suspensão “Mulher caracol”, faiança policromada, c.1970-75. © CMP |
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