Em 1957, Portugal foi o convidado de honra do Comptoir Suisse, a Feira Internacional de Lausana.
Uma equipa liderada por Conceição Silva (1922-1982), que integra os arquitectos Sena da Silva (1926-2001) e José Santa-Rita (1929-2001), é a vencedora do concurso público para o desenho do pavilhão português.
Promovida pelo Fundo de Fomento de Exportação (FFE), a representação portuguesa tinha como objectivo fundamental a promoção internacional das indústrias nacionais tendo em vista um maior desenvolvimento do comércio externo.
O design de comunicação do Pavilhão de Honra em Lausana esteve a cargo de Manuel Rodrigues (1924-1965), que assumiu também responsabilidades na área do design expositivo, optando pela utilização de grandes painéis fotográficos da autoria de Mário Novais (1899-1967). O desenho dos interiores teve ainda a colaboração de Sebastião Rodrigues (1929-1997) e Vasco Lapa (n.1928).
Uma equipa liderada por Conceição Silva (1922-1982), que integra os arquitectos Sena da Silva (1926-2001) e José Santa-Rita (1929-2001), é a vencedora do concurso público para o desenho do pavilhão português.
Promovida pelo Fundo de Fomento de Exportação (FFE), a representação portuguesa tinha como objectivo fundamental a promoção internacional das indústrias nacionais tendo em vista um maior desenvolvimento do comércio externo.
O design de comunicação do Pavilhão de Honra em Lausana esteve a cargo de Manuel Rodrigues (1924-1965), que assumiu também responsabilidades na área do design expositivo, optando pela utilização de grandes painéis fotográficos da autoria de Mário Novais (1899-1967). O desenho dos interiores teve ainda a colaboração de Sebastião Rodrigues (1929-1997) e Vasco Lapa (n.1928).
Manuel Rodrigues - Cartaz da representação portuguesa no Comptoir Suisse, 1957. Artifiche |
Vistas da montagem com os elementos usados por Manuel Rodrigues na composição do cartaz, em segundo plano, Conceição Silva dá indicações sobre a colocação de um sobreiro natural. Foto do Estúdio Mário Novais - Biblioteca Gulbenkian Flickr |
A concepção do pavilhão constitui uma ruptura em relação às directrizes estéticas do
SNI para as representações internacionais, reforçada em continuidade, no ano seguinte,
pela presença portuguesa na Expo58,
em Bruxelas.
De desenho assumidamente moderno, o espaço expositivo é
entendido de forma polivalente, utilizando os painéis fotográficos e
serigrafados como orientação para as várias propostas de percurso.
A liberdade e fluidez do espaço não prejudica o entendimento claro das várias secções, que integram simbolicamente um sobreiro português, trazido propositadamente para a ocasião.
Os expositores modulares, concebidos por Sena da Silva, sustentavam imagens fotográficas de grande formato que povoavam também as paredes do pavilhão, servindo de suporte aos objectos expostos.
A liberdade e fluidez do espaço não prejudica o entendimento claro das várias secções, que integram simbolicamente um sobreiro português, trazido propositadamente para a ocasião.
Os expositores modulares, concebidos por Sena da Silva, sustentavam imagens fotográficas de grande formato que povoavam também as paredes do pavilhão, servindo de suporte aos objectos expostos.
Plano geral do Pavilhão de Honra de Portugal na Exposição de Lausana, 1957. Foto de Sena da Silva publicada no catálogo Sena da Silva, ed. Fundação Calouste Gulbenkian, 2009. |
Plano de expositor com peças de vidro, ourivesaria e cerâmica, Lausana, 1957. Foto de Sena da Silva publicada no catálogo Sena da Silva, ed. Fundação Calouste Gulbenkian, 2009. |
Vários artistas plásticos foram, como habitualmente, chamados a colaborar nesta empreitada. À entrada, no exterior, figurava um grupo escultórico em bronze da autoria de Jorge Vieira (1922-1998), no vestíbulo, uma tapeçaria de Portalegre desenhada por Almada Negreiros (1893-1970) e no interior obras de Jorge Barradas (1894-1971) e Manuel Cargaleiro (n.1927), entre outros.
A exposição estava organizada de forma a publicitar os quatro grandes sectores alvo do Plano de Fomento, na secção das indústrias metropolitanas. E considerava também a secção dos produtos industriais, direccionada para a divulgação das províncias ultramarinas.
Vista parcial da secção das províncias ultramarinas, figurando, em segundo plano, Conceição Silva e o Primeiro Ministro Marcello Caetano. Foto do Estúdio Mário Novais - Biblioteca Gulbenkian Flickr |
Enquanto a
Conceição Silva se ficou a dever a concepção geral e o moderno entendimento do espaço, a Querubim
Lapa (n.1925) se deve um longo painel cerâmico, especialmente concebido para enquadrar o balcão de atendimento.
O painel é composto por cinco secções, quatro dedicadas às actividades a divulgar pelo Plano de Fomento e um quinto representando o Sol, não só uma referência às características climáticas do país e ao turismo, mas aqui também entendido como fonte de vida e de energia para todos os sectores produtivos.
A composição da obra parece antever a possibilidade de desmantelamento futuro, sendo possível a separação das várias secções e a sua apreciação individual, como aliás se veio a verificar.
Querubim Lapa - vista parcial do painel do Pavilhão de Portugal no Comptoir Suisse, 1957. Foto do Estúdio Mário Novais - Biblioteca Gulbenkian Flickr |
Na imagem acima reproduzida, captada por Mário Novais durante a montagem da
exposição, a figura de uma sereia, situada do lado esquerdo, estava originalmente posicionada na horizontal, no entanto, actualmente
exposta no Museu
Nacional do Azulejo, a mesma figura tem sido mostrada na vertical,
tal com aqui a reproduzimos.
A figura mitológica, aparece rodeada de peixes e outros elementos marinhos, estando provavelmente associada ao sector das pescas, indústrias do mar e conserveiras.
Querubim Lapa - secção do painel do Pavilhão de Portugal no Comptoir Suisse, Lausana, 1957.
MNAZ/ICEP © CMP
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Querubim Lapa - detalhe do painel do
Pavilhão de Portugal no Comptoir Suisse, Lausana, 1957.
MNAZ/ICEP
© CMP
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Querubim Lapa - detalhe do painel do
Pavilhão de Portugal no Comptoir Suisse, Lausana, 1957.
MNAZ/ICEP
© CMP
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Querubim Lapa - detalhe do painel do
Pavilhão de Portugal no Comptoir Suisse, Lausana, 1957.
MNAZ/ICEP
© CMP
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Querubim Lapa - detalhe do painel do
Pavilhão de Portugal no Comptoir Suisse, Lausana, 1957.
MNAZ/ICEP
© CMP
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Querubim Lapa - detalhe do painel do
Pavilhão de Portugal no Comptoir Suisse, Lausana, 1957.
MNAZ/ICEP
© CMP
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Querubim Lapa - detalhe do painel do
Pavilhão de Portugal no Comptoir Suisse, Lausana, 1957.
MNAZ/ICEP
© CMP
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Querubim Lapa - detalhe com assinatura, painel do
Pavilhão de Portugal no Comptoir Suisse, Lausana, 1957.
MNAZ/ICEP
© CMP
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Na concepção destes relevos cerâmicos, o artista tira especial partido dos efeitos das sombras projectadas, a partir de elementos geométricos salientes, possibilitando jogos de luz e de sombra complementares aos criados pelos planos do tecto.
Querubim Lapa - vista parcial do painel do Pavilhão de Portugal no Comptoir Suisse, 1957. Foto do Estúdio Mário Novais - Biblioteca Gulbenkian Flickr |
Querubim Lapa - secção representando o Sol, painel do Pavilhão de Portugal no Comptoir Suisse, 1957. Foto do Estúdio Mário Novais - Biblioteca Gulbenkian Flickr |
A figura do Sol, aqui entendida como força vital, responsável pelos frutos da Terra e do Mar, será retomada pelo autor nos relevos cerâmicos concebidos, no ano seguinte, para o pavilhão português na Expo58, em Bruxelas e novamente nos painéis da Pastelaria Mexicana (1961-62) em Lisboa.
Querubim Lapa - secção representando frutos e outros produtos agrícolas, painel do Pavilhão de Portugal no Comptoir Suisse, 1957. Foto do Estúdio Mário Novais - Biblioteca Gulbenkian Flickr |
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