O ceramista Luís Ferreira da Silva (n.1928) vem juntar-se ao grupo de artistas plásticos que colaboravam com a SECLA, inicialmente como chefe da secção de pintura, a partir de 1954.
Ainda adolescente, frequentou a Escola Avelar Brotero em Coimbra, cidade onde inicia o seu trabalho em cerâmica, na fábrica Coimbra Frutuoso, mudando-se seguidamente para o Bombarral, onde trabalhou na Cerâmica Bombarralense.
Mais tarde, trabalha em Alcobaça, assumindo o cargo de pintor cerâmico, primeiro na Vestal e depois na Olaria de Alcobaça.
A vasta experiência e as qualidades criativas do seu trabalho, são as razões fundamentais para Alberto Pinto Ribeiro, director e fundador da SECLA, o convidar para trabalhar na fábrica, à época em plena expansão.
Em 1958, Ferreira da Silva afasta-se da SECLA por um período de dois anos em que desenvolveu peças de autor na oficina de Afonso Angélico, também nas Caldas da Rainha.
Estas peças eram comercializadas na Sopal, uma loja no Chiado, importadora de objectos escandinavos. O contexto era perfeito uma vez Ferreira da Silva se aproxima em larga medida da produção escandinava, líder de tendências no design de objectos durante as décadas de 50 e 60.
De regresso à SECLA, inicia um fértil período de experimentação, entre 1960 e 67, dando início ao chamado Curral, o espaço oficinal onde trabalha com um oleiro, um preparador de pastas e um modelador para a produção de placas decorativas e outros objectos em maior quantidade.
Ainda adolescente, frequentou a Escola Avelar Brotero em Coimbra, cidade onde inicia o seu trabalho em cerâmica, na fábrica Coimbra Frutuoso, mudando-se seguidamente para o Bombarral, onde trabalhou na Cerâmica Bombarralense.
Mais tarde, trabalha em Alcobaça, assumindo o cargo de pintor cerâmico, primeiro na Vestal e depois na Olaria de Alcobaça.
A vasta experiência e as qualidades criativas do seu trabalho, são as razões fundamentais para Alberto Pinto Ribeiro, director e fundador da SECLA, o convidar para trabalhar na fábrica, à época em plena expansão.
Em 1958, Ferreira da Silva afasta-se da SECLA por um período de dois anos em que desenvolveu peças de autor na oficina de Afonso Angélico, também nas Caldas da Rainha.
Estas peças eram comercializadas na Sopal, uma loja no Chiado, importadora de objectos escandinavos. O contexto era perfeito uma vez Ferreira da Silva se aproxima em larga medida da produção escandinava, líder de tendências no design de objectos durante as décadas de 50 e 60.
De regresso à SECLA, inicia um fértil período de experimentação, entre 1960 e 67, dando início ao chamado Curral, o espaço oficinal onde trabalha com um oleiro, um preparador de pastas e um modelador para a produção de placas decorativas e outros objectos em maior quantidade.
SECLA - dezoito placas decorativas, 90 x 45 cm. © CMP |
Estas placas decorativas, ou azulejos, são feitos em pasta refractária e barro vermelho chamotados com vidrados alcalinos e engobe preto dourado.
A decoração é incisa, explorando elementos geométricos dispostos de modo concêntrico, quadrados e círculos rematados por cercaduras de inspiração primitiva, fortes texturas e cores, tirando partido das qualidades matéricas.
SECLA - placas decorativas. © CMP |
Embora a maior parte das peças produzidas no Curral fossem peças únicas, Ferreira da Silva também colaborou na criação de elementos decorativos, sobretudo para peças em grog (mistura de vários tipos de grês), painéis e mesas com armação em ferro, tendo obtido especial relevância em mostras internacionais.
O seu ecletismo e flexibilidade permitiram-lhe explorar vários materiais, trabalhando, não só a cerâmica, mas também a escultura em cobre e ferro, a gravura e pintura, experimentando ainda outros materiais, muitas vezes conjugados de forma surpreendente.
Na SECLA encontra o espaço ideal para desenvolver a sua obra de autor, tirando partido das infraestruturas e condições técnicas que a fábrica lhe proporciona.
Contribui também para prestigiar a imagem da empresa no exterior, numa relação simbiótica que a ambos convém porque ambos beneficia, uma vez que nas exposições internacionais a SECLA mostrava sobretudo peças de autor.
Em 1960, a SECLA obtém o reconhecimento nos EUA com a exposição na Architectural League de Nova Iorque.
Montra na 5ª Avenida expondo as peças de Ferreira da Silva, 1960. Imagem publicada em A Nova Cerâmica da Caldas, da autoria de Alberto Pinto Ribeiro, 1989. |
Vista parcial da exposição da SECLA na Architectural League NY, mostrando peças de Ferreira da Silva, 1960. Imagem publicada em A Nova Cerâmica da Caldas, da autoria de Alberto Pinto Ribeiro, 1989. |
As peças produzidas por Ferreira da Silva, entre elas uma gama diversificada de placas cerâmicas, eram importadas pela firma Frost Ceramics Imports, sendo comercializadas nos EUA, tal como em Portugal, com enorme sucesso.
SECLA - conjunto de dezoito placas decorativas aplicadas sobre madeira. |
Placa nº 8, mede 16 x 16 x 3 cm, marcada com o punção de Ferreira da Silva e da SECLA. Esta placa era comercializada com uns pequenos pés de borracha, podendo funcionar como cinzeiro ou outro contentor:
SECLA - placa nº 8. © CMP |
SECLA - placa nº 8. © CMP |
SECLA - placa nº 8, marcas. © CMP |
Placa nº 7, mede 15 x 15 x 2 cm, aqui mostrada com diferentes cores e acabamentos, marcada com o punção de Ferreira da Silva e da SECLA:
SECLA - placa nº 7. © CMP
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SECLA - placa nº 7. © CMP
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SECLA - placa nº 7, marcas. © CMP
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SECLA - placa nº 7. © CMP
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SECLA - placa nº 7. © CMP
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SECLA - placa nº 7, marcas. © CMP
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Placa nº 1, mede 15 x 15 x 2 cm, marcada com o punção de Ferreira da Silva e da SECLA:
SECLA - placa nº 1. © CMP
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SECLA - placa nº 1, marcas. © CMP
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Placa nº 11, mede 15,5 x 15,5 x 2 cm, marcada com o punção de Ferreira da Silva e da SECLA:
SECLA - placa nº 11. © CMP
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SECLA - placa nº 11, marcas. © CMP
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Placa nº 19, mede 20 x 20 x 1,8 cm, marcada com o punção de Ferreira da Silva e da SECLA:
SECLA - placa nº 19. © MAFLS
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SECLA - placa nº 19, marcas. © MAFLS
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Placa nº 45, mede 19 x 19 x 2 cm, marcada com o punção de Ferreira da Silva e da SECLA:
SECLA - placa nº 45. Miller's
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Estas placas decorativas foram aplicados em interiores e exteriores nos mais variados locais, lojas, edifícios públicos, habitações, cafés etc., revestindo superfícies arquitectónicas, durante as décadas de 60 e 70, um pouco por todo o país, como podemos observar em alguns exemplos abaixo reproduzidos.
Friso decorativo no exterior de loja na Av. Almirante Reis, Lisboa. © CMP |
Estabelecida em 1955 junto ao Arco da Almedina, em Coimbra, a Livraria Almedina vai crescer e sedimentar-se no mercado durante a década subsequente.
No final dos Anos 60, o seu fundador Joaquim Machado (1924-2005) decide-se pela abertura de uma nova livraria, no principal eixo do comércio coimbrão, composto pelas Ruas Visconde da Luz e Ferreira Borges.
A Livraria Novalmedina nasce da toma de trespasse de uma tradicional casa de modas, em 1965, abrindo as suas portas em 1968, após obras de remodelação.
Durante três anos decorreram obras de ampliação no subsolo, que incluíram a construção de uma cave, tendo como fim alargar o espaço comercial, organizando-o em secções tal como faziam as grandes livrarias internacionais.
Obras de ampliação, Livraria Novalmedina, Coimbra, 1967. Grupo Almedina |
Com uma estrutura moderna, o espaço estava dividido em áreas temáticas: livros científicos e técnicos, romances, livros infantis e escolares, etc., sendo que, a coerência entre as diferentes áreas era garantida pela unidade visual criada pelo revestimento das paredes.
Da livraria, actualmente encerrada para obras de requalificação, podemos ver a fachada, abaixo reproduzida.
Placas cerâmicas da SECLA, são usadas para animar a superfície dos pilares adossados nos limites da fachada, em articulação com painéis em madeira que a percorrem horizontalmente.
Fachada da Livraria Novalmedina, Rua Ferreira Borges, Coimbra. © CMP |
Detalhe da fachada da Livraria Novalmedina, Rua Ferreira Borges, Coimbra. © CMP |
Detalhe da fachada da Livraria Novalmedina, Rua Ferreira Borges, Coimbra. © CMP |
Interessante é verificar que embora o desgaste dos vidrados coloridos seja evidente, é também notória a conservação e nalguns casos até o reforço do vigor das texturas, nas aplicações exteriores.
Já nas aplicações em espaços interiores, como é o caso do bar da estação de caminhos-de-ferro do Entroncamento, de que se reproduzem abaixo detalhes, o colorido e as qualidades dos vidrados mantêm as suas características praticamente intactas.
Detalhe do interior do bar da estação de caminhos-de-ferro do Entroncamento. © CC |
Detalhe do interior do bar da estação de caminhos-de-ferro do Entroncamento. © CC |
Detalhe do interior do bar da estação de caminhos-de-ferro do Entroncamento. © CC |
São placas lindíssimas! Obrigada pela informação e parabéns pelo blogue. Divulguei a sua página no Facebook, à muitas pessoas interessadas. Espero que não se importe. :-)
ResponderEliminarAté breve.
Sandra Pena
Saudações!
ResponderEliminarMuito obrigada pelo comentário e pela divulgação no Facebook.
Claro que não me importo, fico até muito contente.
Seja sempre bem-vinda,
CMP*
olá bom dia,
ResponderEliminarem primeiro lugar gostaríamos de dar os parabens por este excelente blog e por este trabalho de divulgação tão útil para quem é apaixonado por estas coisas extraordinárias que antigamente se faziam em Portugal e que pelos vistos tinham o reconhecimento tambem em Nova Iorque - na altura e tambem hoje - um dos centros da arte mundial.
Temos um blog de coisas vintage http://theworldofvintage.blogspot.pt/ e descobrimos um cinzeiro da Secla com o mesmo punção. Será que nos pode ajudar a obter mais informações sobre esta peça da qual enviamos fotografias,
Muito Obrigado
Manuel Domingos
Essa foto que mostra as placas cerâmicas do Ferreira da Silva na Av. Almirante Reis é um mistério.
ResponderEliminarA foto mostra uma placa com o número 2 mas nesse número nunca houve uma loja com esse tipo de fachada.
Já corri a Avenida toda e não encontro isso em nenhum dos lados!
Será que é mesmo na Av. Almirante Reis?
Caro JP, a loja que refere já não existe. Situava-se na secção da avenida entre a Alameda Afonso Henriques e a Praça João do Rio. O 2 que se vê na imagem era o primeiro algarismo de um número duzentos e vinte e qual coisa. Saudações, CMP*
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